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Acenda uma Luz

Atualizado: 23 de mar. de 2021

O PAPEL DO PROFESSOR NA FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA MISSIONÁRIA DA NOVA GERAÇÃO


 



A missão de ensinar sempre ocupou um lugar de destaque no seio do povo de Deus, seja na igreja formada pelo povo escolhido no Antigo Testamento, seja na igreja formada pelos discípulos de Cristo, no Novo Testamento.

Deus sempre teve o cuidado de orientar seu povo a trabalhar no sentido de formar e consolidar nas novas gerações uma forte consciência no que diz respeito à sua pessoa e à sua obra, exemplo disso é a orientação que Ele deu ao líder do seu povo no capítulo quatro do livro de Josué. Vimos ali o Senhor ordenando que, após a passagem do Jordão a pés enxutos, um homem de cada tribo da nação israelita deveria tomar uma grande pedra e levá-la consigo e que com elas se formasse posteriormente um monumento, para que no futuro, quando as novas gerações questionassem a razão daquele monumento, lhes fosse explicado que o Senhor havia operado o milagre de separar as águas do Rio Jordão para que eles passassem em terra seca. Tal explicação, segundo o próprio Deus, influenciaria as novas gerações de judeus a temerem o Senhor.



No que se refere à consciência quanto à responsabilidade de cada servo em relação à obra do Senhor, Deus também sempre deixou muito clara a sua preocupação em que as novas gerações fossem educadas a amar a sua obra e a realizá-la sempre. O ministério terreno de Cristo é uma prova cabal da preocupação de Deus para com a consciência das novas gerações no que tange à realização da sua obra. Ao contrário do que normalmente ocorria no judaísmo, onde crianças e adolescentes, apesar de terem o grande privilégio de aprender a palavra, estavam quase sempre relegadas a uma atuação passiva no que diz respeito ao trabalho do Senhor, a partir do ministério terreno do nosso salvador as crianças passaram a ser mais valorizadas no âmbito da Obra. Vimos, a título de exemplo, Jesus exigindo que as crianças tivessem acesso a ele (Mt 19.15-15) e certamente o salvador agia assim porque sabia que se as crianças tivessem a oportunidade de aprender com ele, de serem por ele abençoadas, elas certamente se tornariam seus discípulos e testemunhas em toda a sua vida futura.



Seguindo o exemplo de Cristo e dos apóstolos da igreja primitiva, a igreja da atualidade não pode negligenciar a tarefa de despertar uma consciência missionária nas novas gerações, pois isso é fundamental para o progresso e para a própria sobrevivência da igreja. Todos concordam que uma das mais fortes razões para o trágico declínio espiritual da igreja europeia é exatamente o fato de que aquela igreja negligenciou a educação espiritual e a formação da consciência missionária das novas gerações de crentes. Assim, como um abismo atrai outro, a ausência cada vez mais acentuada de crentes com sólida formação espiritual fez rarear as vocações para o trabalho de Deus, e a ausência de vocacionados para a obra do Senhor fez com que as próximas gerações se tornassem cada vez menos comprometidas com a espiritualidade, e a repetição deste círculo vicioso resultou no atual estado espiritual da igreja cristã europeia.


Como então evitar que esse mal suceda conosco? A fórmula mais segura certamente é não repetirmos os erros cometidos pela igreja europeia, ou seja, se quisermos continuar sendo uma igreja forte e alinhada às determinações da palavra de Deus, precisamos investir forte na educação espiritual e na formação da consciência missionária das novas gerações, ou seja, precisamos ensinar as novas gerações de crentes a buscarem uma vida espiritual sadia e a levar adiante a missão de ganhar almas para Deus.


O Apóstolo Paulo, ao orientar Timóteo acerca da necessidade de continuidade da obra de Deus, ordena ao jovem pastor: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2 Tm 2.2), ou seja, haverá sempre a necessidade inquestionável de que uma geração prepare a outra geração para sucedê-la na pregação e no ensino da mensagem do evangelho. Ao comentar este versículo Champlin assevera que “há a necessidade de uma sucessão de mestres humanos fiéis, que transmitam a outros, através de gerações sucessivas, a mensagem cristã” e que “a transmissão apropriada dessa natureza preservará a fé cristã”.


Na categoria de “mestres humanos” a que Champlin se refere certamente se inserem os professores, a quem Deus vocacionou e chamou para o ministério do ensino da Sua palavra. Aliás, não custa lembrar que os professores sempre tiveram um relevante papel ao longo da história do povo de Deus, sendo que em alguns momentos esse papel foi desenvolvido pelos próprios pais (Dt 4.9), pelos sacerdotes (nas sinagogas), por profetas (1Sm 19.20) e pelos apóstolos (At 6.4).


Em todos os casos acima referidos, o objetivo principal era o de garantir “o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério (grifo nosso), para edificação do corpo de Cristo (Ef 4.11,12). Ou seja, na concepção do próprio Deus, o professor tem papel fundamental no “aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério...”, tanto é que ele se preocupou em dar professores (mestres) à sua igreja.



Pela própria natureza do seu trabalho o professor é, dentre todos os obreiros da causa santa, a pessoa mais apta a desenvolver a consciência missionária das novas gerações, pois é ele que tem a oportunidade de ministrar o ensino bíblico de forma contínua e sistemática, podendo, assim, trabalhar a temática missionária de forma mais dirigida e demorada. A elaboração e o desenvolvendo de um projeto bem estruturado, com objetivos claros e alinhados à visão da liderança da igreja e, principalmente, debaixo da orientação e amparo do Espírito Santo do Senhor possibilitará ao professor cristão revolucionar a vida da sua igreja, formando sucessivas gerações de crentes inteiramente comprometidos com o Ide de Cristo.


Vale ressaltar que a Escola Bíblica Dominical, palco por excelência da atuação do professor cristão, tem como um de seus objetivos exatamente o de “treinar o cristão para o serviço do Mestre”.




O professor cristão jamais poderá perder de vista a realidade de que “a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos...” (Lc 10.2), e que a formação da consciência missionária, fator imprescindível para o surgimento de novos obreiros para a seara do Mestre, é extremamente depende da boa educação cristã. Cabe, portanto, a cada professor cristão reconhecer a importância do seu trabalho no âmbito da obra de Deus e deixar-se ser usado por Deus como instrumento útil para “o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo (Ef 4.11,12), papel este que o Senhor bondosamente lhe confiou desempenhar.






 


REFERÊNCIAS

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado: versículo por versículo. Vol 6, São Paulo: Hagnos, 2014.

SILVA, Antonio Gilberto da. Manual da Escola Bíblica Dominical, 17 Ed. Rio de Janeiro: CPAD,1998.



Pr. Mateus Jucar

Pastor auxiliar na Assembleia de Deus em Paulo Ramos.

Secretário Administrativo da Semadema e Consultor Editorial da Sedac.

Formado em Letras (UEMA), é professor da Rede Pública Municipal de Paulo Ramos e da Rede Pública Estadual do Maranhão.

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